"Mancha de Dendê não sai" - Moraes Moreira

Meu pai sempre foi um só com sua música. Ele e seu violão. Um alto falante, um pedaço de canção, yogue de ouvido, vidente, poeta. Sua carne de carnaval vibrava nos acordes e nas frases que faziam ressoar o Brasil que ele tanto amou e cantou.

Maria Helena - Diretora do Museu

Ele nos transmitiu assim, visceralmente, a cultura que aprendemos também a amar. Nos frevos, sambas, serestas, baiões e forrós, nos afoxés, também na poesia e nos cordéis, ele era o alto-falante da cidade do interior e dos trios elétricos que arrastavam a multidão. A mistura de tudo isso resulta na sua obra que ainda está por ser descoberta e redescoberta, mesmo tendo já sido tão cantada e disseminada entre nós. Como escreveu sobre ele seu grande amigo e parceiro, Paulo Leminski, "alguma coisa muito forte tinha que acontecer na encruzilhada onde se encontram afoxé e trio elétrico." E aconteceu. Aconteceu sua música, que temos a alegria de dividir com tanta gente. Abre a porta e a janela e vem viajar com a gente nessa história musical.

Ciça Moraes. Filha de Moraes Moreira

Músico, poeta, compositor, cantor, cantador e puxador de trio são facetas que fizeram de Moraes Moreira um artista único: impregnado das tradições do sertão nordestino, mas atento ao mundo contemporâneo, à vida na capital e nos centros urbanos.

Como fazer espaços e tempos diferentes coexistirem em uma fisicalidade que sempre será limitada frente a potência criativa do artista?

Sem a pretensão de dar conta de tudo que representa a obra de Moraes Moreira, a proposta conceitual busca um gesto de aproximação ao seu mundo! Um gesto poético também, que dança com suas músicas e com seus escritos.

Cada espaço propõe uma experiência única em que a palavra - escrita ou cantada - tem protagonismo. Mesmo quando o barroquismo-visual-carnavalesco toma conta do ambiente é ainda o som e a palavra que nos importa. Entender sua relação com a música, o futebol, o carnaval, os parceiros, é necessário para entender o território em que seu processo criativo acontecia.

"Mancha de Dendê não sai." Moraes Moreira também não.

Renata Mota. Curadora

"Mancha de Dendê não sai" é um sonho antigo de uma produtora, um artista e uma cenógrafa. Caminhamos por seis anos até conseguirmos concretizar esse projeto e mostrá-lo para o mundo. Viva a imensa obra de Moraes Moreira e que ela seja redescoberta e difundida ainda mais.

Estarei sempre por perto para somar na difusão do seu legado. Moraes Moreira presente!

Fernanda Bezerra. Direção Geral

O Instituto Cultural Vale tem a alegria de apresentar, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, a exposição 'Mancha de Dendê não sai - Moraes Moreira. Uma homenagem ao talento e à criatividade de um dos artistas mais emblemáticos do país e uma imersão pela diversidade da música da Bahia e do Brasil.

Embarque neste passeio pela vida e a obra deste eterno novo baiano!

Onde tem cultura, a Vale está

Instituto Cultural Vale

Espaço fechado à visitação presencial.