Mapas / Exposição do Hall “Um Recorte das Coleções”

Na década de 1870, a Praça do Palácio - atual Tomé de Souza passou por uma reforma visando sua ampliação e embelezamento. No novo projeto, mereceu destaque uma coleção composta por estátuas alegóricas de mármore, vindas da Itália, que foram colocadas sobre as pilastras do recém-inaugurado gradil de ferro, ladeando o acesso ao elevador hidráulico da Conceição, inaugurado em 1873, em ação pioneira na América do Sul. Mais tarde, foi substituído pela máquina elétrica e, a partir de 1896, em homenagem ao seu construtor, passou a se chamar Elevador Lacerda.

Maria Helena - Diretora do Museu

Afrânio Peixoto, no Livro de Horas (p. 261), fez a seguinte descrição: "Em 1872 e 78 desapropriações se fizeram, demoliu-se a antiga Casa da Moeda, para alargamento da praça, dando-lhe a forma rigorosamente quadrada, cercando-a de gradaria, na frente descontinuada pela Estação do Parafuso ou Elevador Lacerda e ao lado da Misericórdia, ornadas as grades de peanhas para 19 estátuas de mármore branco e candelabros de iluminação, toda a praça calçada a paralelepípedos.

Essas estátuas embelezaram a Praça do Palácio durante muito tempo, até serem retiradas para dar lugar a novas reformas. Dessa coleção, seis exemplares foram transferidos para este museu, representando as alegorias de dois continentes - América e África - e as quatro estações do ano.

Espaço fechado à visitação presencial.

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Obras selecionadas

Vista da cidade da Bahia no Brasil, América do Sul
Vista da cidade da Bahia no Brasil, América do Sul

Vista da cidade da Bahia no Brasil, América do Sul

Desenho de G. Scharf
Gravado por Edmond Patten, 1826.

No primeiro plano, observa-se o veleiro inglês “Courty Bark” com as velas amarradas nos mastros e, um pouco mais adiante, um saveiro com um grupo de homens a bordo. Inúmeros veleiros e canoas navegam nas águas da Baía de Todos os Santos, mostrando sua expressiva movimentação.

Foram identificados 64 pontos da cidade, que se estendem do Forte de Santo Alberto (nº 2), até as imediações do Solar do Unhão (nº 58), na cidade baixa, e do Convento da Soledade ( nº 1) à Igreja dos Aflitos (nº 57), na cidade alta.

Vistas da Bahia
Vistas da Bahia

Vistas da Bahia

Vistas da Bahia de Todos os Santos
Vistas da Bahia de Todos os Santos

Vistas da Bahia de Todos os Santos

Joseph Leon Righini ( 1830 - 1884)
Óleo /tela, 1859
Bahia, 11 de janeiro de 1869;

“Sob rico e dourado esplendor solar dos trópicos é um reluzente céu azul, chegamos às 10 horas, de coração alegre, à grande extensa Baía de Todos os Santos. Foi um desses momentos felizes em que, no sentido lato da palavra, se nos abre um mundo novo, quando desejaríamos ter cem olhos para observarem as maravilhas desconhecidas que nos revelam ininterruptamente e de todos os lados; um desses momentos em que, em meio à alegria, surge o pesar de não percebermos tudo, de não gravarmos tudo na memória.

Embora a alma, infelizmente, desfrute do rico panorama apenas fugaz, a descrição do mesmo, através da palavra escrita, contudo, é somente uma pálida fotografia, (...) À água da extensa baía era azul-safira (...) O panorama da cidade lembra muito Lisboa...”

A Feira de Água de Meninos
A Feira de Água de Meninos

A Feira de Água de Meninos

Manuel Inácio de Mendonça Filho
(Bahia, 1894 - 1964)
Óleo sobre tela, 1940

”Por que Água de Meninos? Porque assim denominada?

Dentre muitas teorias, acredita-se que essa região, com o terreno localizado na baixa praia, ao norte da Enseada, e provido de nascente de boa água, foi doada por Tomé de Souza a Companhia de Jesus em forma de sesmaria para à construção de uma fazenda jesuítica no século XVI, e teria adotado essa nomenclatura em decorrência da presença de muitas crianças integrantes do Orfanato de São Joaquim. Sabemos que no séc. XVII, já o local se chamava Santiago de Água de Meninos.

Situada na cidade baixa, meio do caminho entre o Elevador Lacerda e a Igreja do Bonfim, antes da Estação Ferroviária da Calçada, esparramava-se à beira-mar, ao pé da Igreja do Pilar, debaixo de várias ladeiras baianas — Canto da Cruz, Lapinha e Água Brusca.

Após o incêndio em 06/09/1964 que devorou este pedaço da Bahia, a Feira de Água de Meninos ficou eternizada na visão plástica de vários artistas, entre eles - Mendonça Filho.

Pintor e professor, Mendonça Filho, formou-se na Escola de Belas Artes da Bahia, sendo aluno de Paschoal de Chirico, do qual considerava-se discípulo. Estudou na Europa durante dez anos, na Itália e na França. Lecionou e dirigiu a Escola de Belas Artes da Bahia. Foi um grande pintor de marinhas, tema de sua predileção. Em 1932, começa a frequentar Mar Grande na ilha de Itaparica, marco na sua pintura e vida pessoal. Em 1951, é empossado na cadeira nº 28 da Academia Brasileira de Belas Artes para dedicar-se exclusivamente à pintura.