A Escola Baiana de Pintura

Esta exposição é composta por telas dos 15 principais artistas provenientes da Escola Baiana de Pintura fundada, na segunda metade do século XIX, por José Joaquim da Rocha que é considerado o maior pintor baiano dos tempos coloniais.

Maria Helena - Diretora do Museu

Além de fundador, foi responsável pela formação de vários discípulos, com suas obras de temas religiosos e mitológicos, tais como: Teófilo de Jesus, considerado seu melhor discípulo e continuador, Franco Velasco, José Rodrigues Nunes, Cunha Couto...

Com a chegada a Salvador do pintor espanhol Miguel Navarro y Cañizares, em 1876, novas temáticas foram introduzidas na Escola Baiana de Pintura quando este começou a lecionar desenho e pintura no Liceu de Artes e Ofícios, tendo como discípulos: Manuel Lopes Rodrigues e Manuel Raimundo Querino. Em 1877, Navarro y Cañizares, em parceria com João Francisco Lopes Rodrigues, fundou a Academia que tempos depois se tornou a Escola de Belas Artes da Bahia, onde se formaram os principais pintores da Bahia: Manoel Lopes Rodrigues, Presciliano Silva, Alberto Valença, Mendonça Filho, Oseas Santos, Antônio Olavo Batista e Robespierre de Farias.

Espaço fechado à visitação presencial.

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Obras selecionadas

A Porta do Silêncio - Sala do Capítulo do Convento de São Francisco
A Porta do Silêncio - Sala do Capítulo do Convento de São Francisco

A Porta do Silêncio - Sala do Capítulo do Convento de São Francisco

Presciliano Isidoro da Silva (1883-1965)

Aos 07 anos de idade, já desenhava a carvão tipos de pessoas conhecidas. Em 1896, fez Escola de Belas Artes da Bahia, foi aluno de Manoel Lopes Rodrigues. Aos 14 anos de idade, é premiado pela Escola de Belas Artes da Bahia e pelo Liceu de Artes e Ofícios, com medalhas de prata e ouro, nos concursos superiores de pintura e escultura. Em 1905, realiza a sua primeira viagem de ''Prêmio de Viagem à Europa'', oferecido pelo Governo do Estado. Estudou na França durante três anos sob orientação dos mestres Lefevre, Fleury e Déchenald. Na Bretanha (França), produz considerável coleção de telas. Em 1908, já na Bahia, inaugura exposição de quadros na Escola Comercial da Bahia, com telas e estudos acadêmicos muito bem recebidos pela crítica e público. Fixa residência no Rio de Janeiro em 1909. Ficou caracterizado como pintor de interiores sacros, dominou, com precisão, as perspectivas linear e aérea, mas também a captação das atmosferas sentimentais com harmonia de luzes e sombras, além do tema que o caracterizou foi também a marinha, belíssimas paisagens e desenhos nus.

Óleo sobre tela, 1963
Doação de Alfeu Simões Pedreira

O Cajú
O Cajú

O Cajú

Francisco Terêncio Vieira de Campos (1865-1934)

"Vieira de Campos estudou sucessivamente na Escola de belas Artes de Salvador (na qual mais tarde lecionou Desenho), na Academia Imperial de Belas artes do Rio de Janeiro, aluno de Vítor Meireles e José Maria Medeiros, e em Paris, onde viveu três anos. Praticou o gênero, o retrato e a pintura de temas históricos e religiosos, e deixou, como informa Manuel Quirino, um Método Racional de Desenho à Mão Livre."

José Roberto Teixeira Leite.

Óleo sobre tela
Acervo do Museu de Arte da Bahia

Disputa Entre Cosmógrafos
Disputa Entre Cosmógrafos

Disputa Entre Cosmógrafos

José Antônio da Cunha Couto (1823-1894)

"Em torno de um globo terrestre ao qual acha-se acoplada uma bússola, cinco personagens: ajoelhados, Pedro Álvares Cabral, sobraçando um in-folio, semi-encoberto por ele, ancião com compasso aberto sobre o globo e de óculos (Lucca Paccioli); mais ao fundo, da esquerda para direita, destacando-se dentre as sombras, Cristóvão Colombo e Vasco da Gama (que apoia com firmeza a destra sobre o globo) e Américo Vespúcio, com ambas as mãos erguidas. Embaixo à esquerda, composição com arara e cocar indígena entre outros elementos, dá-nos a pista quanto ao real sentido da cena, que não é uma simples discussão entre cosmógrafos, porém uma Alegoria ao Novo Mundo. A ser aceita essa interpretação, poder-se-ia talvez apontar o ano de 1892, no qual de comemorava 0 Quarto Centenário do Descobrimento da América, como o de execução do quadro, que pode ter sido das últimas obras de Cunha Couto, falecido pouco depois."

Sylvia Athayde

Alegoria do Novo Mundo
Óleo sobre tela
Coleção Jonathas Abbott
Acervo MAB

Orquestra Ambulante , O Adeus e Dois Véus
Orquestra Ambulante , O Adeus e Dois Véus

Orquestra Ambulante , O Adeus e Dois Véus

Manoel Lopes Rodrigues (1861-1917)

À beira de uma sepultura dois véus: O véu de uma mãe e o véu de uma filha E a alma de quem morreu, planando nas estrelas As contempla recordando... Dantes, eram três, em volta da mesa Em que a morte deixou um vazio doloroso Eram três, sentindo o prazer verdadeiro De estarem sempre felizes se amando simplesmente E sob o véu puro da primeira comunhão De repente, espirito da menina despertou E a viúva a pensar naquele que se foi Contraste doloroso, uma e outra se ajoelham. À beira de uma sepultura dois véus: O véu de uma mãe e o véu de uma filha E a alma de quem morreu, planando nas estrelas As contempla recordando...

Leon Némo, Paris, Março 1896

ORQUESTRA AMBULANTE.
Óleo sobre tela. Paris, 1898
Doação da Sra. Aloisio Novis

O ADEUS.
Óleo sobre tela, 1895
Doação do Banco da Bahia S.A

DOIS VÉUS.
Óleo sobre tela
Doação do Banco da Bahia S.A

Jesus no Monte das Oliveiras, A Flagelação, A Coroação e Espinhos e A Caminho do Calvário
Jesus no Monte das Oliveiras, A Flagelação, A Coroação e Espinhos e A Caminho do Calvário

Jesus no Monte das Oliveiras, A Flagelação, A Coroação e Espinhos e A Caminho do Calvário

Antônio Joaquim Franco Velasco (1780 - 1833)

Franco Velasco reúne nesta cena os três momentos de Cristo carregando a cruz, auxiliado e consolado pela Veronica.

Considerado um dos melhores pintores baianos de sua época, Franco Velasco nasceu em Salvador a 3 de setembro de 1780 e faleceu na mesma cidade a 3 de março de 1833, tendo sido também aluno do mestre José Joaquim da Rocha, muito embora estilisticamente não revele marcas dessa aprendizagem. Teve entre seus discípulos, José Rodrigues Nunes (1800-1881) e Bento José Rufino Capinam (1789-1874).

por Simão Cireneu

Óleo sobre tela
Coleção Jonathas Abbott
Acervo MAB

Judite e Holofrenes
Judite e Holofrenes

Judite e Holofrenes

José Teófilo de Jesus (1758 - 1847)

Holofernes foi um general assírio do tempo de Nabucodonosor II. Aparece mais precisamente no Livro de Judite - Antigo Testamento - como rei da Assíria entre 158 e 157 a.C. Judite, viúva de Manasses, que era da mesma tribo e família, havia morrido durante a colheita de cevada. Ela era bonita e temente a Deus. Morava em Betúlia, localizada ao Norte da Palestina. Seduz o general babilônico degola-o enquanto e dormia embriagado, forçando desse modo a retirada do poderoso exército assim, privado do seu chefe, a levantar o cerco e bater em retirada. A cena escolhida por José Teófilo, mostra Judite sedutoramente ajoelhada lhe estendendo os braços, evitando desse modo as cenas macabras tradicionais do ato de degolar Holofernes ou, já triunfante, com sua cabeça decepada.

Óleo sobre tela
Coleção Jonathas Abbott
Acervo MAB

O Rapto de Helena
O Rapto de Helena

O Rapto de Helena

José Teófilo de Jesus (1758 - 1847)

Helena de Tróia, cantada por grandes poetas da literatura ocidental, tais como: Homero, Virgilio, Goethe; foi tomada como tema do artista. O estopim do conflito armado foi o sequestro de Helena, esposa do rei espartano Menelau, por Páris, príncipe de Troia. A guerra foi vencida pelo lado grego que, após 10 anos de cerco à cidade (entre 1300 a 1200A.C), conseguiu executar um dos planos de guerra mais famosos da História, estratégia essa criada por Odisseu: O Cavalo de Troia. Após a morte de Páris em combate, Helena casou-se com seu cunhado Deífobo, a quem atraiçoou quando da queda de Tróia, entregando-o a Menelau, que retomou-a por esposa. Juntos voltaram a Esparta, onde viveram até a morte. Foram enterrados em Terapne, na Lacônia.

Pintor, dourador, encarnador, José Teófilo de Jesus, em meados do século XVIII, torna-se discípulo de José Joaquim da Rocha, ajudando-o na pintura e douramento de figuras secundárias de tetos e painéis. Auxiliado pelo mestre, viaja para Portugal, onde frequenta a Escola de Belas Artes de Lisboa (1794 a 1798). Ao longo de sua carreira, executa inúmeras pinturas, dentre elas: os forros das naves das Igrejas da Ordem Terceira de Nossa Senhora do Carmo de Salvador e de Cachoeira (1817) e da Igreja dos Órfãos de São Joaquim, Salvador (1823*); os painéis laterais dos altares da Igreja da Ordem Terceira de São Francisco, Salvador (1845); e vinte e três retratos para o Convento da Piedade.

Óleo sobre tela
Coleção Jonathas Abbott
Acervo MAB