Coleção de Arte Africana Claudio Masella

A Coleção Claudio Masella de Arte Africana é formada por objetos que representam grupos étnicos localizados em cerca de 15 países da África, como máscaras, estatuetas, instrumentos e utensílios, confeccionados em materiais que variam entre terracota, madeira, metal e marfim.

A coleção é composta por mais de 1000 peças. Caracterizam a riqueza e a diversidade da produção cultural africana do século XX, expressada em objetos, sobretudo máscaras, escultura de diversas etnias e localidades da África. O industrial italiano Claudio Masella (1935-2007) morou durante 35 anos na Nigéria e Senegal, onde montou fábricas de móveis. A sua paixão pelas artes e tradições africanas o fez colecionador. Casado com a pernambucana Conceição Ramos, em viagem ao Brasil, conheceu a cidade de Salvador e se encantou com a presença do legado africano em nossa cultura. Em 2004 doou sua coleção ao Governo do Estado.

SIGNIFICADOS DA ARTE AFRICANA OBRAS DA COLEÇÃO CLAUDIO MASELLA

Os objetos que são chamados de forma genérica por "arte africana", como os exibidos nesta mostra, foram interpretados de forma distorcida pelas sociedades ocidentais, considerados primitivos, toscos ou maléficos. A mudança dessa mentalidade ocorreu a partir do início do século XX, principalmente dentro do campo artístico, quando pintores e escultores engajados em movimentos de vanguarda valorizaram a arte africana e asiática como fontes de inspiração para a renovação da arte europeia.

Tendo em vista que até hoje a arte africana é mal compreendida, são explorados nesta exposição os múltiplos sentidos dados a esses objetos em suas sociedades originárias. Foram selecionadas 198 peças, divididas em três núcleos expositivos.

Nesta primeira sala é feita uma contextualização sobre a história do colecionador e sua coleção, onde estão peças representativas de cada categoria estabelecida no processo de identificação e classificação do acervo,

Na segunda sala é abordada a questão das identidades culturais africanas, enfocando quatro regiões estilísticas da África que estão bem representadas na coleção.

Na terceira sala expositiva são vistas máscaras e estatuetas relacionadas à ancestralidade africana e afro-brasileira que celebram, materializam ou tornam presentes os antepassados de um grupo social. Os rituais de culto aos ancestrais estão amplamente difundidos entre as sociedades africanas e também formaram o substrato cultural dos antigos terreiros de candomblé baianos.

O objetivo desta mostra é desconstruir, por meio da arte, os significados negativos associados à África e aos africanos ao longo da história. Muitas vezes, a pluralidade das culturas africanas é descrita como se formasse um todo homogêneo e estático, mas a materialidade dos objetos exibidos permite perceber a grande diversidade cultural do continente e suas transformações ao longo do tempo.

À ideia de primitivo, contrastam as complexas tecnologias de forja dos metais e tratamento das formas em madeira, que foram desenvolvidos ao longo de milênios. Ao contrário de serem ligadas a forças destrutivas, as estatuetas e máscaras africanas são usadas para promover o bem da comunidade, pois participam de celebrações religiosas que propiciam saúde, fartura, bem-estar e harmonia social.

Espaço fechado temporariamente à visitação, em processo de requalificação.

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