Udo Knoff

Horst Udo Enrich Knoff, nascido na Alemanha, na cidade de Halle, em 20 de maio de 1912, falecido a 7 de junho de 1994, na cidade de Salvador, Bahia, filho único de casal de fazendeiros – Erich Alfred Wilhem Knoff e Klara Vom Muller Knoff – estudava agronomia, quando se apaixonou por uma estudante de belas artes. Com o intuito de ficar perto da sua namorada, matriculou-se nesse curso. Como era proibido estudar em mais de uma faculdade, abandonou belas artes e graduou-se em agronomia.

Maria Helena - Diretora do Museu

No ano de 1948, Udo Knoff casou-se com a artista plástica Ivotici Becker Altmayer. Na década de 1950, transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde trabalhou na Cerâmica Duvivier em Jacarepaguá. Tomou gosto pela expressão artística e matriculou-se em diversos cursos oferecidos pelo Museu de Arte Moderna, onde pôde experimentar diversas linguagens artísticas. Em 1952, a convite de Carlos Eduardo da Rocha, Udo Knoff foi a Salvador para expor uma produção de óleo sobre tela na Galeria Oxumaré e encantou-se pela cidade a ponto de mudar-se definitivamente. Abriu um ateliê de cerâmica na Avenida D. João VI, em Brotas que funcionava com cinco fornos para a queima das peças. Em seguida comprou um imóvel na mesma avenida, onde residiu até o fim da vida.

Em 1960, por indicação do Professor Mendonça Filho, foi contratado pelo Reitor Edgard Santos para lecionar cerâmica na Escola de Belas Artes da Universidade Federal da Bahia. Em meados do ano de 1968, interessou-se pela azulejaria antiga das fachadas dos casarões da cidade e passou a coletar azulejos de construções em demolição. Formou-se assim um rico acervo. Iniciou pesquisa e levantamento desse material e, em 1975, foi a Lisboa, Portugal, no intuito de coletar material para finalizar a pesquisa de azulejos da Bahia, no conhecido Museu Madre de Deus, hoje Museu do Azulejo. Com esse material publicou o livro “Azulejos da Bahia” em 1986. Udo participou do projeto de criação do museu, mas em junho de 1994, um mês após a abertura do museu, ele falece, deixando um seu legado para a cidade de Salvador.

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Obras selecionadas

UDO COLECIONADOR
UDO COLECIONADOR

UDO COLECIONADOR

Neste roteiro visitantes poderão apreciar informações sobre os azulejos obtidas a partir das anotações de Udo Knoff para o livro Azulejos da Bahia de 1986, e das crônicas que ele escrevia para o Jornal A TARDE durante o ano de 1976. Nossa intenção mais do que descrever sobre aspectos técnicos de cada país, é mostrar para o público o trabalho meticuloso de Udo Knoff ao mapear e estudar cada uma das peças coletadas em suas andanças pelo Centro Histórico. Poderemos observar algumas peculiaridades que ele sinalizou, curiosidades, e porque não disponibilizar para o público endereços ainda existentes para visitação in situ.

O conhecimento não se esgota aqui, Udo dizia que queria um museu para criar um ambiente de simpatia para que as pessoas valorizassem o patrimônio azulejar da Bahia, que pelo menos passassem a olhar com olhos diferentes. Com mais amor ao que é antigo.

BOA VISTA!

Azulejo
Azulejo

Azulejo

Azulejo, palavra de origem árabe que significa pequena pedra cintilante ou polida que apresenta estrutura de corpo cerâmico e corpo vítreo. A tradição maometana cita a vinda dessas peças esmaltadas no ano de 894, procedentes de Bagdá, destinadas a revestir a mesquita de Sidi Okba, em Kairuão. A Pérsia se destacou pelo volume de centros de fabricação até pelo menos o século XIII, quando seus produtos eram exportados até para a Península Ibérica.

O azulejo chegou ao Brasil no século XVII, pelas mãos dos portugueses. Foi um revestimento arquitetônico muito bem aceito por apresentar diversas vantagens: material impermeável devido à técnica de manufatura (esmalte na superfície), resistente aos álcalis, umidades, ácidos e vapores (desde que a edificação se encontrasse em condições normais de uso), baixa expansão térmica e opção de uma decoração diferenciada.

O Brasil é responsável por um significativo acervo de azulejaria, distribuído por todo o território nacional em períodos diversos, mas é no Nordeste que se encontra a maior quantidade deles. Na Bahia, o ceramista e colecionador alemão Udo Knoff reuniu azulejos de todos os períodos do Brasil (séculos XVII, XVIII, XIX e XX), além de reproduzir e produzir esta arte durante o século XX. A coleção do Museu Udo Knoff (MUK) é composta por azulejos portugueses, ingleses, franceses, holandeses, mexicanos e belgas, telhas vitrificadas, pratos, jarros, reproduções de azulejos antigos e obras do artista. Com o olhar atento, o ceramista conseguiu reunir uma grande variedade de padrões de azulejos. Um grande legado para o estado da Bahia.

Azulejaria Contemporânea
Azulejaria Contemporânea

Azulejaria Contemporânea

O ceramista Udo Knoff, no trajeto de sua vida, dedicou-se à arte da cerâmica, o estudo da azulejaria foi alvo de suas pesquisas. Ao buscar identificar a melhor argila, o melhor pigmento e os segredos da temperatura para o seu cozimento, executou trabalhos com a cerâmica utilitária e artística, mas foi a azulejaria que o seduziu. Quando chegou à. Bahia, ao se deparar com a variedade de exemplares que decoravam os belos casarões da cidade colonial encantou-se pelos azulejos padronados.

Ele atuou em diversos trabalhos de pintura em azulejos, seja como criador, seja como executor. Envolveu-se com a manufatura de painéis de azulejos em parceria com diversos artistas, muito desses painéis estão decorando fachadas de edifícios da cidade e paredes internas de residências particulares. O Ateliê de Udo em Brotas funcionou como um grande centro de produção da azulejaria modernista da Bahia.

Udo teve muitos "artistas alunos" e com eles desenvolveu muitos trabalhos, com Lênio Braga (rodoviária de Feira de Santana, etc.), Carybé (casa de Jorge Amado e fachada da agência central do Banco do Brasil em Salvador, etc.), Jenner Augusto (edificio do Banco do Estado de Sergipe e sede da ENERGISA), Genaro de Carvalho, Floriano Teixeira, Calazans Neto, dentre outros. Apesar de ser identificado como um estudioso da padronagem, Udo realizou grandes trabalhos no estilo figurativo, historiado, geométrico, mitológico e religioso, pode-se de dizer que era um artista livre e inventivo.

Batismo de Jesus Cristo
Batismo de Jesus Cristo

Batismo de Jesus Cristo

Localização: Igreja de Nossa Senhora da Conceição -Itapoã
Autor: Udo knoff
Dimensões: 2,25 x 1,95 m

Nossa Senhora de Santana
Nossa Senhora de Santana

Nossa Senhora de Santana

ANO DE PRODUÇÃO: 1964
LOCALIZAÇÃO: Rua Politeama de Baixo- Centro / SSA-BA
AUTOR: UDO KNOFF
DIMENSÕES: 2,31 x 2,46 m

Visitação dos Reis Magos e Pastores ao Menino Jesus
Visitação dos Reis Magos e Pastores ao Menino Jesus

Visitação dos Reis Magos e Pastores ao Menino Jesus

Ano de produção: 1962
Localização: Rua Politeama de Baixo/SSA -BA
Autor: Udo Knoff
Dimensões: 2,31 x 5,23 m