Lilian Morais é uma artista cuja prática atravessa o tempo e as estruturas do poder, lançando luz sobre as ausências forçadas da história oficial. Sua produção visual — marcada por rachaduras, terra, cor e gesto — desloca memórias silenciadas para composições que se expandem para além da pintura. São obras onde o corpo, o sertão e o feminino se entrelaçam em insurgência.

A materialidade de sua arte se ancora na resistência: na palma comida em tempos de fome, no caldo ralo que enganava o estômago, na mulher que ficou quando todos partiram.

Lilian transforma dor em presença, e presença em denúncia. Suas imagens são testemunho e rebeldia. Uma poética da sobrevivência.