O monocórdio, antepassado primeiro de todos os instrumentos musicais de corda, através dos séculos e entre diversas culturas se tornou o rabab ou rebab, da antiga Pérsia, Arábia e Norte da África. Na Europa medieval foi levado pelos cruzados, em especial pelos músicos trovadores que os acompanhavam e tocavam alaúde. Após muitos desdobramentos, nasceria o sofisticado violino, que propiciou o surgimento de vários outros instrumentos de corda.
Outro exemplo de circularidade e transformações é o pandeiro, instrumento musical de percussão. Considerado um dos mais antigos instrumentos musicais existentes que, segundo vários estudiosos, parece ser originário do Oriente Médio ou da Índia. Há registro de seu uso em várias culturas da Antiguidade, inclusive entre os hebreus, segundo o Antigo Testamento. Na Idade Média esteve presente na Europa em festas religiosas e profanas, e foi levado pelos ciganos para diversos países. Via Portugal, chegou ao Brasil no período colonial, tornando-se bastante popular em vários ritmos até os dias de hoje. De couro esticado sobre uma base, sua transformação nesse processo trouxe incorporações (as platinelas de metal nas laterais) e alteração de tamanhos, gerando variações.
Cada instrumento musical aqui exposto tem uma história vinculada aos instrumentos primordiais segundo a sua tipologia: o monocórdio (corda), a flauta (sopro) e o tambor (percussão). Cada povo que já existiu criou e recriou seus instrumentos musicais a partir de suas identidades próprias, enriquecidas pelos contatos culturais com outros povos através dos séculos. Portanto, uma história de milhares de anos de criações e recriações.
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