Estima-se que cerca de 23 milhões de africanos escravizados foram transportados para várias partes do mundo entre o século XVI e o século XIX, sendo que só para o Brasil vieram entre 3.500.000 a 3.600.000. Eles originavam-se de diversas regiões do continente africano e pertenciam a diferentes culturas e etnias. Arrancados de suas nações, separados de suas famílias e expostos à aculturação imposta pela Igreja Católica e por seus senhores, eles não se deixaram anular, reconstruindo suas identidades no novo ambiente.
O berimbau é o instrumento mais característico da Bahia. Esse instrumento monocórdio de arco e corda tem antepassados milenares em vários países. É composto por um arco de madeira vergado com uma cabaça cortada na parte inferior e uma única corda de arame tensionada, que é percutida por uma vareta de madeira acompanhada de um caxixi (pequeno chocalho de palha ou vime trançado com alça para segurar). Um dobrão (moeda, pedra roliça ou ruela de metal), segurado na altura da cabaça, ao tocar a corda interfere na vibração, dando ao som, timbres diferentes. Para a maioria dos estudiosos, o berimbau atual é de origem africana banto. Há registros de seu uso no Brasil, pelos afrodescendentes, nas ruas (vendedores ambulantes e pedintes) e nas festas populares sendo, depois, incorporado à roda de capoeira.
No início da colonização do Brasil, introduzido pelos portugueses, existia outro tipo de berimbau, tocado de boca, que caiu em desuso: trompa de Paris, harpa de boca ou guimbarda. Atualmente existem na Bahia três variedades de berimbaus: Gunga ou berimbau de barriga (possui uma cabaça grande e produz um som grave), Médio (que possui uma cabaça de tamanho médio) e Berimbau Viola (de som agudo, cabaça de tamanho pequeno).
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