É no Ginásio Baiano que a vocação pela tribuna começa a manifestar-se no Poeta. Aos 13 anos Castro Alves declamou pela primeira vez em público, no dia 9 de setembro de 1860, em homenagem ao aniversário do diretor Dr. Abílio César Borges. O poema composto como um dever escolar, já traz no conteúdo, o germe do que seria a marca da sua poesia, a preocupação com o futuro do país. No ano seguinte o jovem cumpre quase como ritual de quem praticava as letras na Bahia: era o de honrar a sua tradição histórica, louvando o dois de julho.
Em janeiro de 1862, aos 15 anos, em companhia de José Antônio, seu irmão mais velho, Castro Alves mudou-se para a cidade do Recife com a intenção de ingressar na Faculdade de Direito, onde participou ativamente da vida estudantil e cultural.
No Recife Castro Alves dá início à primeira fase brilhante de sua vida de poeta, destaca-se na abertura dos cursos jurídicos em 1865 ao recitar "O Século", poesia na qual demonstra todo vigor de sua lira, a incentivar a mocidade a ação. O poeta não somente escrevia, mas também gostava muito de apresentar de viva voz, a sua criação poética.
Quando o primeiro poema abolicionista de Castro Alves "A Canção do Africano" foi publicado no Recife, em 1863, a sociedade brasileira não estava preocupada em libertar os escravos, pois isso significava a perda do braço trabalhador e declínio da economia do país. Quem ousasse defender a ideia da abolição era considerado um subversivo. Castro Alves não temeu a opinião dos poderosos e levantou mais alto a bandeira da libertação dos escravos, nesse sentido, foi considerado um revolucionário, um ousado combatente das leis que então vigorava no país. Consagra-se definitivamente, como grande poeta social ao declamar em locais públicos no Rio de Janeiro e em São Paulo.
Durante uma caçada (onde buscava distração), Castro Alves sofre um grave acidente. A arma, que carregava a tiracolo, imprudentemente com o cano voltado para baixo, dispara ao saltar um córrego, ferindo-lhe o calcanhar esquerdo. O agravamento da ferida implicou na necessidade de amputação do pé.
Em novembro de 1869, Castro Alves volta para Bahia, passa boa parte do ano de 1870 no Sertão Baiano. Retornando a Salvador vem a falecer em 6 de julho de 1871.
No acervo destacamos objetos que pertenceram ao Poeta, a exemplo de sua gravata, uma caixinha com uma pequena mecha de cabelo e a cômoda papeleira onde o Poeta escrevia.
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